quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Ambientalistas lançam SOS em defesa dos animais marinhos


RIO - Sessenta por cento das cerca de cinco mil tartarugas marinhas que são encontradas mortas por ano no litoral do Estado do Rio são vítimas do lixo, principalmente sacos e copos plásticos. A preservação desses animais, vítimas da sujeira no mar e da pesca predatória, é o alvo do SOS Peró/Conchas. O evento será realizado neste sábado, a partir das 10h, ao longo dos sete quilômetros das praias do Peró e das Conchas, em Cabo Frio, na Região dos Lagos.
O local é um dos trechos do litoral fluminense mais vulnerável à pesca predatória feita por embarcações do sul do país. O evento também tem o objetivo de conscientizar os banhistas a não deixarem lixo na areia das praias.
A ação voluntária, que conta com o apoio da Secretaria estadual do Ambiente, vai reunir surfistas, ambientalistas e amigos das praias do Peró/Conchas, protegidas pelo Parque Estadual da Costa do Sol. O lixo coletado nas praias será catalogado e pesado pelos voluntários, nos moldes da ação internacional Clean Up The World (Dia Mundial da Limpeza das Praias), apoiado pela ONU.
- Todo o pessoal da Secretaria do Ambiente, em especial as equipes do Inea que trabalham no Parque da Costa do Sol, estarão empenhados no evento. É nossa obrigação - disse o Secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc.
Segundo o surfista Marcelo Valente, apenas no ano passado o grupo Ondas do Peró catalogou 378 pinguins encontrados, vivos e mortos, nas praias do Peró e Conchas. Um deles morreu sufocado por uma tampa de creme dental na garganta.
- Também encontramos tartarugas, atobás e outros animais vítimas do lixo que é jogado no mar. O problema se agrava no verão, quando aumenta o movimento nas praias - alertou Valente.
O pesquisador Salvatori Siciliano, do Grupo de Estudos de Mamíferos Marinhos da Região dos Lagos (Gemm-Lagos), ligado à Fiocruz, lamentou a falta de um centro de reabilitação de animais marinhos no Estado do Rio. Ele sugeriu que ações como a deste sábado sejam realizadas em outras praias do litoral fluminense:
- Estes movimentos são extremamente importantes porque chamam a atenção para o problema. As pessoas precisam saber o que está acontecendo nas nossas praias. O descarte de lixo no mar é um crime contra a natureza. Anualmente, cerca de cinco mil tartarugas, além de atobás, fragatas e pinguins morrem porque ingerem o lixo espalhado no mar ou são vítimas da pesca predatória feita por grandes embarcações que vêm de outros estados para pescarem no litoral da Região dos Lagos, que é altamente piscoso - disse o biólogo marinho.
Os organizadores do SOS Peró/Conchas pedem aos voluntários que usem camisas brancas. Outras informações na comunidade "Ondas do Peró" no Facebook ou através do telefone (21) 7126-1800.
Fonte: Agencia O Globo

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